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Simpósio Internacional sobre Esquistossomose

19/03/2020

A 16ª edição do “Simpósio Internacional sobre Esquistossomose” (International Symposium on Schistosomiasis)
Será realizada no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto em Ouro Preto, Minas Gerais, no período de 24 a 26 de agosto de 2020.

RNPM 2020

19/03/2020

XVI Reunião Nacional de Pesquisa em Malária (XVI RNPM). Trata-se do maior encontro que reúne a comunidade que pesquisa e combate a malária no Brasil, em edições bienais. Esta edição será no Rio de Janeiro de 27-30 de outubro e faz parte das comemorações dos 120 anos da Fundação Oswaldo Cruz. Para informações, queira por favor acessar o site https://www.malaria2020.com.br.

Além disso, nos dias 26 e 27 de outubro teremos um evento satélite co-organizado com o NIH (EUA), intitulado “Emerging and Persistent Global Health Threats: Brazil-US collaborations”, que abordará temas diversos como malária, Chagas, leishmaniose, filariose, coronavirus tv (COVID-19), HIV, arboviroses e vetores, etc., com o objetivo de discutir temas atuais e estabelecer novas colaborações.

Nota de Falecimento

17/03/2020

Dengue soma 14 mortes no Brasil em 2020 e levanta alerta

21/02/2020
Mosquito Aedes aegypti é o principal transmissor da dengue - Foto: Shutterstock
Mosquito Aedes aegypti é o principal transmissor da dengue – Foto: Shutterstock

Fonte: Minha Vida

Autoridades no Brasil estão em alerta por causa dos registros de casos de dengue em 2020. Isso porque foram notificados 94.149 ocorrências suspeitas da doença somente nos dois primeiros meses do ano, além de 14 mortes confirmadas, segundo o Ministério da Saúde.

Sobre as incidências prováveis, houve um aumento de 72% em relação ao mesmo período do ano passado. Naquela época, apenas cinco mortes haviam sido registradas.

Assim, a dengue foi considerada pelos órgãos públicos como uma endemia diante do cenário atual, uma vez que é uma doença infecciosa com incidência significativa em território brasileiro. Saiba mais:

Dengue pode matar

Os 14 óbitos por dengue em 2020 foram registrados nos seguintes locais:

  • Mato Grosso do Sul: 4
  • Paraná: 3
  • Acre: 2
  • São Paulo: 2
  • Distrito Federal: 2
  • Minas Gerais: 1

Outros 62 falecimentos seguem em investigação. Além disso, Acre, Mato Grosso do Sul e Paraná se encontram em estado de alerta.

Na terça-feira (18), a Secretaria de Saúde do Paraná divulgou uma nota atualizada com 26.692 casos notificados e 23 mortes somente na região. Porém, as informações ainda não foram confirmadas pelo Ministério da Saúde.

Além disso, a taxa de mortalidade pela doença tem crescido. Em 2019, foram registrados 754 óbitos por dengue em todo o país ao longo do ano. O número é bastante superior aos de anos anteriores: em 2018, foram 155 óbitos; enquanto que, em 2017, foram 185 falecimentos.

AnoNúmero de mortes por dengue
2019754 mortes
2018155 mortes
2017185 mortes

Por que a dengue voltou a se espalhar

Ainda não foram definidas oficialmente as causas que levaram os casos de dengue a crescerem tanto a partir de 2019.

Contudo, muito se tem falado sobre um novo subtipo do vírus da dengue: o vírus 2, que tem ocasionado a dengue hemorrágica – tipo mais grave da doença, que leva o paciente rapidamente a óbito após o aparecimento dos primeiros sintomas (veja na imagem abaixo quais os principais sintomas da dengue).

Sintomas da dengue - Imagem: portal Minha Vida

Além disso, houve um grande reporte de casos no Brasil de pessoas que já foram infectadas anteriormente pela dengue e voltaram a apresentar a doença. Pesquisas indicam que a segunda infecção pela patologia tende a ser muito mais grave do que a primeira, tendo um menor espaço de tempo entre os primeiros sintomas e o óbito.

Como se prevenir da dengue

Por enquanto, a vacina contra dengue continua em fase final de testes no Brasil, mas ainda não há previsão para fornecimento gratuito. Dessa forma, o método mais eficaz de evitar a doença é acabar com a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão do vírus.

Para isso, algumas medidas são indispensáveis, como:

  • Evite o acúmulo de água em pneus velhos, garrafas e potes
  • Lave as vasilhas de seus animais de estimação regularmente
  • Mantenha a caixa d?água e piscinas cobertas
  • Coloque telas em portas e janelas
  • Aplique areia em vasos de plantas
  • Descarte corretamente seu lixo
  • Mantenha latas de lixo sempre bem tampadas
  • Coloque desinfetante nos ralos de cozinhas e banheiros
  • Limpe as calhas com frequência
  • Utilize inseticidas e larvicidas
  • Use repelentes, principalmente durante viagens ou em locais com muitos insetos

Outras dicas para se proteger contra a dengue

Saiba diferenciar a dengue, chikungunya e o zika vírus

Veja o exame capaz de detectar a dengue em estágio inicial

Entenda com detalhes como ocorre a transmissão da dengue

Ômega-3 pode proteger os neurônios do Zika vírus, segundo pesquisa

21/02/2020

Fonte: Tv Brasil

Pesquisadores da Universidade de Brasília, coordenados pela professora Kelly Grace Magalhães, descobriram que o Ômega-3 pode protege os neurônios dos ataques do Zika.

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

UFMG cria pastilha larvicida para eliminar Aedes aegypti em bueiros

06/02/2020
UFMG cria pastilha larvicida para eliminar Aedes aegypti em bueiros
A nova pastilha criada na UFMG reduz proliferação de larvas do mosquito da dengue em ambientes inóspitos, como bueiros e ralos.

Fonte: Socientifica

Pesquisadores do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) em parceria com o Campus de Saúde da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criaram uma solução barata capaz de eliminar larvas e ovos do mosquito Aedes aegypti, o transmissor de doenças como febre amarela, chikungunya e dengue.

Como já é sabido dos pesquisadores há bastante tempo, o Aedes aegypti é capaz de colocar suas larvas mesmo em águas extremamente sujas, como as de ralos e bueiros. E para esse tipo ambiente inóspito que se volta a nova tecnologia. Trata-se de um larvicida feito de uma pastilha de cerâmica tratada quimicamente e que foi desenvolvida pela equipe de pesquisadores coordenada pelo professor Dr. Jadson Belchior, do Departamento de Química. Em testes no campus de Saúde da UFMG, o larvicida reduziu em mais de 80% a população do mosquito transmissor daquelas graves enfermidades e também do zika vírus, o causador do surto de microcefalia em recém-nascidos em 2015.

Os estudos do grupo de cientistas tiveram início em 2018 e no final de 2019 chegou à versão final para os testes. Mas os resultados da eficácia do novo método foram aferidos em outro projeto de pesquisa da universidade. Desenvolvido pelo Departamento de Gestão Ambiental (DGA) em parceria com o Laboratório de Inovação e Empreendedorismo em Controle de Vetores (Lintec), o projeto Controle de Aedes na UFMG permitiu a verificação da eficácia da nova técnica e foi orientado pelo professor Álvaro Eduardo Eiras, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB).

Ativação em água

As pastilhas, que têm como suporte uma cerâmica, é previamente impregnada com moléculas nocivas às larvas do Aedes aegypti, mas em uma concentração que não faz mal ao ser humano. O produto larvicida é liberado de forma lenta e controlada, depois de entrar em contato com a água, por cerca de seis a sete semanas.

É #FAKE que tomar própolis repele mosquito da febre amarela

06/02/2020
É #FAKE que tomar própolis repele mosquito da febre amarela — Foto:  G1
Doutor em Ciências Biológicas na USP, especialista em própolis diz que a informação é absurda. Fiocruz já desmentiu o mesmo boato em 2017.

Fonte: G1

Circula pelas redes sociais a informação de que tomando de 3 a 6 gotas de própolis por dia é possível afastar o mosquito Aedes Aegypti, capaz de transmitir a febre amarela e outras doenças como dengue, chikungunya e zika virus. A mensagem é #FAKE.

A mensagem diz que o própolis entra na corrente sanguínea e seu cheiro é expelido pelos poros, os mosquitos não suportam o cheiro e não picam.

“Se fosse fácil assim, não teríamos mais problemas”, diz Antonio Salatino, mestre e doutor em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP) e professor sênior da mesma instituição. Ele orienta pesquisas sobre própolis e plantas medicinais e garante que a informação não procede.

“A própolis tem muitos efeitos benéficos, mas dizer que pode afastar mosquistos é absurdo”, diz o professor. “Isso não tem nenhum sentido”, frisa. De acordo com ele, não há nenhuma evidência de que ela libere pela pele substâncias que sejam repelentes.

A mensagem circulou no verão de 2017 e na época a Fiocruz fez um comunicado oficial, publicado em suas redes sociais, ressaltando que não há medicamentos com comprovação de eficácia como repelente.

Fiocruz esclarece boato nas redes sociais sobre o uso de própolis para o combate ao #Aedes pic.twitter.com/Odjebz6gd6— January 27, 2017

WebAula sobre Conoravírus

29/01/2020

A UFMG realizará uma webaula sobre os sintomas e síndromes respiratórias associadas ao coronavírus.

A aula será conduzida pelo infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, doutor Unaí Tupinambás.

Você pode conferir a transmissão gratuitamente amanhã, quinta-feira (30) às 10h30 pelo site www.telessaude.hc.ufmg.br.

Novos dados bancários

23/01/2020

A partir de Janeiro/2020 a conta da Sociedade Brasileira de Parasitologia é:

Banco Bradesco
Agência 6897
Conta 36.254-9

Para assuntos relacionados com a tesouraria: Dra. Renata Heisler Neves Alves de Oliveira Celular Celular/Whatsapp (21) 99385-1073, E-mail renataheisler@gmail.com

Esponjas e fungos produzem substâncias promissoras contra câncer e malária

17/01/2020
Fungos estudados no IQSC produzem moléculas interessantes para o desenvolvimento
de novos fármacos

Fonte: Jornal da USP

Desde a antiguidade, substâncias encontradas nas plantas são utilizadas como fonte de tratamento contra uma série de sintomas e doenças. Porém, no começo do século 20, após a descoberta da penicilina (primeiro antibiótico da história) a partir de fungos, os olhares da comunidade científica começaram a se voltar para outros ambientes. Um deles, ainda inexplorado até hoje, é o fundo do mar, que reserva uma biodiversidade misteriosa. Com a criação de cursos de mergulho autônomo, depois da Segunda Guerra Mundial, mergulhadores começaram a reportar casos de intoxicação e queimaduras ao tocarem em determinados animais, fatos que chamaram a atenção principalmente de bioquímicos, que passaram a estudar o potencial das substâncias causadoras de tais efeitos.

Mesmo após décadas de pesquisas, o meio aquático ainda segue desconhecido. Até por isso, ele nos permite vislumbrar diversas descobertas que poderiam ser feitas em caso de aumento no número de estudos. Quem sabe não encontraríamos um novo composto eficaz contra alguma doença, por exemplo? É justamente com essa motivação que atuam os pesquisadores do Grupo de Química Orgânica de Sistemas Biológicos do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP. “Nós estudamos organismos do mar, como esponjas, moluscos, fungos, briozoários e demais invertebrados em busca de substâncias interessantes para o desenvolvimento de fármacos”, explica Roberto Berlinck, professor do IQSC e coordenador do grupo fundado em 2000.

Substâncias produzidas pelos invertebrados apresentam atividade promissora contra diversas doenças, como câncer e malária

Mas, afinal, com tantos animais disponíveis no oceano para serem estudados, por que escolher organismos invertebrados? “Os animais que têm pouca mobilidade, ou fixos no substrato marinho, estão mais suscetíveis a ataques de predadores, competição por espaço e infecções por microrganismos patogênicos. Eles tiveram que desenvolver mecanismos de defesa eficazes, como os espinhos, que seriam uma defesa física, e os venenos, vistos como uma proteção química. Por isso, eles são tão atraentes de serem estudados”, explica o docente.

O trabalho é complexo e envolve uma série de etapas. Por meio de mergulhos, coletas e análises detalhadas em laboratório, os cientistas investigam a bioatividade de substâncias extraídas dos animais para testá-las em células doentes. Claro que para realizar todas essas tarefas é preciso vencer o desafio geográfico. Apesar da grande logística necessária para que o grupo do interior de São Paulo se desloque para o litoral, isso não diminui o empenho dos pesquisadores: “A distância nunca atrapalhou, mas é óbvio que é preciso ter disposição para ir para o mar, coletar, montar uma equipe e traçar a melhor estratégia”, diz o professor, que mergulha desde 1994 para fazer coletas. Entre os destinos visitados pelo docente estão Fernando de Noronha (PE), São Sebastião (SP), Baía de Todos os Santos (BA) e Cabo Frio (RJ). Mesmo com tanta dedicação, a missão não seria possível não fosse a ajuda de diversos colaboradores. Ao todo, são dezenas de pesquisadores, entre professores e alunos, espalhados pelo Brasil que colaboram com os estudos da USP.

Brecando células cancerígenas

Um dos trabalhos em andamento no grupo do IQSC é o da pós-doutoranda Camila Crnkovic. Em sua pesquisa, ela estuda a produção das fomactinas, substâncias obtidas a partir do fungo Biatriospora sp., encontrado dentro da esponja marinha Dragmacidon reticulatum, no litoral de São Sebastião (SP). Entre outras funções, as fomactinas possuem ação anticâncer, inibindo o crescimento de células cancerígenas depois de tratamentos por quimioterapia ou radioterapia.

Camila pesquisa a produção das fomactinas, substâncias que inibem o crescimento de células cancerígenas

Utilizando técnicas computacionais, Camila descobriu que o fungo estudado produz muito mais dessas substâncias do que se imaginava, sendo considerado uma verdadeira fábrica de fomactinas. “O trabalho agora é isolar e identificar todas essas moléculas para determinar quais são as mais promissoras”, afirma a cientista. Testes em laboratório com alguns desses compostos mostraram resultados positivos em células doentes.

Formada em Farmácia, Camila sempre carregou o interesse em atuar nessa área de pesquisa: “O apelo de procurar novos medicamentos é muito motivante para mim. Quando você começa a estudar a química de produtos naturais, tem muita coisa diferente, cada organismo produz um tipo de substância, cada classe de molécula tem uma atividade biológica diferente que pode virar um fármaco. Tudo fica mais atraente por toda essa diversidade”, diz a pós-doutoranda, que realiza sua pesquisa em parceria com Leandro Oliveira, mestrando do IQSC e o mais novo integrante do grupo de pesquisa. Apesar do pouco tempo de casa, o jovem, que veio da cidade de Cássia, do sul do Estado de Minas Gerais, já se sente respaldado pela equipe: “Embora tudo ainda seja novo para mim, a experiência está sendo incrível. A pesquisa no IQSC é muito bem estruturada e o grupo totalmente acolhedor’, afirma.

Leandro veio do sul de Minas Gerais para estudar no IQSC

Moléculas promissoras no combate ao câncer também foram localizadas em esponjas coletadas na foz do Rio Amazonas, bioma descrito em 2016. Em meio à diversidade local, elas chamaram a atenção por serem abundantes, despertando em Vítor Feire, doutorando do IQSC, o interesse em estudá-las. Ele analisou um conjunto de moléculas extraídas da esponja Dictyonella e descobriu que as substâncias foram capazes de inibir in vitro a atividade de um complexo enzimático chamado de proteassoma, ação que fez com que elas adquirissem atividade anticâncer. Os resultados obtidos com o trabalho geraram o artigo científico publicado na revista Journal of Natural Products.

Vítor trabalha com esponjas coletadas na foz do Rio Amazonas

Mesmo com resultados promissores, o pesquisador segue estudando novas esponjas encontradas no Rio Amazonas à procura de compostos cada vez mais eficientes. Formado em Química Ambiental pela Unesp, Vítor Freire diz que se interessou pela área para descobrir como podemos utilizar organismos da natureza a nosso favor. “Aqui no laboratório, temos a possibilidade de estudar organismos nunca antes explorados”, revela o jovem, que se sente gratificado em atuar nesse ramo da ciência: “Além de fazer o que eu gosto, estou mirando lá na frente para conseguir um remédio que poderá ser utilizado em algum tratamento, isso é muito recompensador”.

Como encontrar a molécula ideal?

Diante das centenas de milhares de substâncias produzidas pelos animais aquáticos, identificar moléculas promissoras não está entre as missões mais fáceis. Segundo o professor Berlinck, a cada 10 mil novas substâncias descobertas, apenas uma chega efetivamente ao mercado. “É um processo longo, que envolve muitos recursos, tanto financeiro como de pessoal. É um esforço humano enorme que exige um alto grau de conhecimento, por isso são tantas equipes trabalhando pelo mundo”, diz o docente.

O trabalho que o grupo desempenha compõe os primeiros passos no processo de descoberta de um novo medicamento, funcionando praticamente como um grande “filtro” que facilita o trabalho de muitos cientistas ao descartar ou selecionar substâncias para o prosseguimento das etapas. O docente afirma que, atualmente, o custo total para desenvolver um novo fármaco gira em torno de $ 500 milhões e o tempo de espera pode variar de 10 a 20 anos. “Temos que ser certeiros na seleção”, afirma o docente, que prefere estudar locais ainda pouco explorados.

Berlinck mergulha desde 1994 para realizar coletas no mar – Foto: Henrique Fontes/IQSC USP

Um deles foi a Antártica, onde a professora Lara D. Sette, da Unesp de Rio Claro e colaboradora de Berlinck, coletou no substrato terrestre um fungo com grande potencial, chamado de Geomyces. Após testes in vitro no laboratório do IQSC, foi descoberto que o fungo produz substâncias promissoras no combate a doenças causadas por parasitas, como malária e leishmaniose. “Sabemos que o fungo possui um conjunto de moléculas interessantes, agora vamos estudá-las uma a uma para saber quais são as mais efetivas”, explica.

Protegendo as plantas

Protagonistas na descoberta de novos medicamentos, os fungos podem ser considerados vilões para algumas plantas, impactando diretamente na produção alimentícia. Esse é o caso do fungo Colletotrichum, conhecido por causar doenças em árvores e plantas frutíferas, como morango, goiaba, maçã, feijão, amêndoas, entre outras. No entanto, uma situação curiosa despertou o interesse da doutoranda do IQSC Mirelle Takaki. Ela descobriu que, estranhamente, o comportamento agressivo do fungo contra os vegetais não ocorria na Ilha de Alcatrazes, litoral norte de São Paulo, deixando de acometer as plantas nativas.

Mirelle estuda o comportamento do fungo Colletotrichum, conhecido por causar doenças em árvores e plantas frutíferas

“O intuito do meu trabalho é descobrir porque alguns desses fungos causam e outros não causam certas doenças, analisando tanto linhagens de plantas saudáveis como afetadas”, explica a aluna. Uma das suspeitas da pesquisadora é de que os fungos da ilha estejam em condição de harmonia com as plantas locais. Como não há muitos predadores na região, não seria necessário “atacá-las”. Mirelle diz que ainda não existe uma forma efetiva de evitar que as plantas sejam contaminadas. Com o seu trabalho, será possível entender como esses fungos se comportam, abrindo caminhos para a produção de bioinseticidas que possam combatê-los e evitar a perda de alimentos.

Formada em Química pela Unesp, Mirelle sempre gostou da área de química orgânica. Foi durante seu mestrado que começou a procurar por grupos de pesquisa que estudavam produtos naturais, escolhendo o do IQSC. Atualmente, ela está prestes a defender seu doutorado na instituição. “É muito legal quando vemos o resultado do que estamos fazendo. Nós passamos anos estudando e, no final, é muito gratificante saber que o que desenvolvemos poderá ser aproveitado pela sociedade.”

Grupo de Química Orgânica de Sistemas Biológicos do IQSC – Foto: Henrique Fontes/IQSC USP