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Surto de toxoplasmose na região central de Rondônia

06/10/2011

Fonte: Rondonotícias – 29/09/2011

O Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais (Ipepatro) da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e representante do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (CEPEM) estiveram em Ouro Preto do Oeste, Jaru e Ji-Paraná, as três cidades foram visitadas com o intuito de encontrar o possível causador do surto de toxoplasmose nesta região. Desde final de julho até meados de agosto uma grande quantidade de pessoas da região central do estado apresentou sintomas da doença.

De acordo com o coordenador do setor de epidemiologia de Ouro Preto, o enfermeiro Rômulo Lopes, em um primeiro momento os pacientes pareciam estar com dengue. “No início eram quadros semelhantes. Febre, prostração, dores musculares, articulares e na cabeça, são comuns a ambas, porém, após alguns dias ocorreu o aparecimento de gânglios, principalmente na região do pescoço, daí houve o direcionamento para a toxoplasmose”, contou.

O diretor do CEPEM, médico e pesquisador Mauro Tada, lembra que a doença também tem como diferencial os longos períodos de febres. “Passou de dez, ou quinze dias, já não se pode garantir que seja a dengue, temos pessoas aqui que apresentaram trinta, quarenta dias de quadro febril”, esclareceu.

Em relação à linha de investigação do causador do surto, Tada, vê a importância de se concluir o estudo e encontrar a ligação entre eles. “Esse surto não é muito característico, a gente sempre tem casos esporádicos, então acreditamos que exista um fator que esteja correlacionado. Afinal, Ji-Paraná, Ouro Preto e também Jaru, são cidades próximas e apresentaram casos de maneira simultânea”, explica o médico.

Ouro Preto registra muitos casos
Até a semana passada foram confirmados 30 casos na cidade e conforme o setor de epidemiologia do município, todos surgiram na mesma época. “As datas coincidem com final de julho até meados de agosto, nenhum caso novo após este período”, informou Rômulo.

O prefeito, Alex Testoni, pede tranquilidade à população. “O surto de toxoplasmose é preocupante, no entanto, não é alarmante, todas as medidas estão sendo tomadas, em alguns dias teremos todos os exames e estudos em mãos. O Governo do Estado, através dos técnicos que estiveram aqui, entregarão os resultados de todo levantamento e uma possível solução apontando onde está o foco e qual a causa”, explanou.

Hipóteses
Neste período em que surgiram as contaminações várias possibilidades e boatos surgiram sobre o causador do surto. Dentre eles, a possibilidade de contaminação da água, após um acidente ocorrido na zona rural do município com um caminhão.

CAERD tomou as providências
Por meio de nota a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD) informou que assim que foi notificada pela Vigilância Sanitária do município, desligou a bomba de captação, posteriormente aumentou o teor de cloro e em seguida controlou a distribuição do elemento de 1,0 a 1,5 mg/l, medida que segundo a CAERD é suficiente para destruir microorganismos patogênicos.

Ainda de acordo com a nota a Companhia certificou que um estudo foi feito na água e a mesma se encontra dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde para utilização.

Resultados do Ipepatro e CEPEM
Os técnicos garantiram que até 19 de outubro se terá um material definitivo sobre os levantamentos feitos na região. “O que foi feito aqui é para que se possa chegar a um denominador comum, então cada instituição dessas fará uma parte do material que está sendo levado. Além disso, nossa preocupação maior, gira em torno do elo que liga esse surto nos municípios”, completou Mauro Tada, que é da equipe.

Queda do caminhão no Boa Vista gerou suspeita
No dia 29 de julho, no km 08 da Linha 81, um caminhão marca Ford modelo Cargo carregado com 5.000 quilos de um tipo de adubo conhecido como cama de frango (formada com palhas e cascas de vegetais, essa cobertura recebe parte de alimentos não aproveitados pelas aves nas granjas, além de suas fezes e restos de penas) caiu no Rio Boa Vista a cerca de 4 quilômetros das bombas de captação da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD) que abastecem a cidade de Ouro Preto.

O prefeito Alex Testoni (PSD) certificou que a possibilidade é remota de ser a água o causador da contaminação. “Até o momento não há nenhum indício técnico, nenhuma suspeita, ou relação do caminhão de cama de frango que tombou no rio, com o surto de toxoplasmose, portanto, não há nenhuma analogia até o momento, entre a água fornecida em nossa cidade e o surto da toxoplasmose no município de Ouro Preto e também com os casos no de Ji-Paraná”, afirmou.

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